É esta a primeira vez que se realiza uma sessão
da Assembleia Municipal em Ouguela, num espaço recentemente reabilitado pela
autarquia.
Neste espaço, ainda podemos adivinhar o bulício
das crianças em brincadeiras próprias da sua idade, os seus risos e as suas
vozes nos momentos de lazer e também quando ocupados pelo esforço de aprender
as primeiras letras e a descobrir conhecimentos importantes para o seu
desenvolvimento e para a sua vida futura.
Cumprindo a fatalidade das aldeias do interior,
Ouguela perdeu gente, sobretudo jovens, e as crianças foram decrescendo em
número, até que a escola onde nos encontramos deixou de poder acolher a função
para que tinha sido destinada. Acolhe agora os mais idosos que aqui encontram
um lugar de convívio e de conforto para as suas vidas.
Mas Ouguela não pode ser considerado um caso
perdido e apenas ter como horizonte ser votada ao abandono. O seu património é único,
no contexto do concelho de Campo Maior, com o que resta da fortaleza medieval.
Todo o conjunto edificado deve ser preservado e é com muita satisfação que
temos conhecimento de que, em breve, a denominada casa do governador será
objeto de obras de recuperação.
A envolvente paisagística é uma das grandes
riquezas da povoação e há que desenvolver todos os esforços no sentido de
valorizar todo este património natural e humanizado.
Consideramos que a realização desta sessão da
Assembleia Municipal é um sinal de que Ouguela não está esquecida e
congratulamo-nos com este facto, saudando a população que não desistiu de nela
viver.