quarta-feira, 1 de maio de 2013

A questão das piscinas da Fonte Nova - IV



Assunto: O acórdão do Tribunal de Contas (11-12-2012) sobre a questão das piscinas da Fonte Nova

 IV– Conclusões

A recusa do visto e a demonstração das ilegalidades de todo o processo, põe termo ao modelo existente e coloca ao Município de Campo Maior a tarefa de encontrar uma solução para o problema, dentro do atual quadro legal.
Como se refere na ata da reunião da Câmara Municipal, do dia 16 de janeiro de 2013, “Esta solução sairá muito cara ao Município, que se constituirá como herdeiro último de todo o passivo que de forma irresponsável foi constituído a partir da decisão de construção do complexo de piscinas tomada em 2006, e sobre o qual não deixarão, em última análise, de recair as consequências do modelo ilegal seguido.”

Em conclusão, o Grupo Municipal do Partido Socialista  entende que:
1.      A decisão de construir o complexo de piscinas da Fonte Nova implicou um encargo financeiro para o qual era incerta a capacidade do município para poder honrar o seu compromisso;
2.      Todo o processo se revelou ferido de ilegalidades;
3.      Os decisores usaram abusivamente de dinheiros públicos, que resultam dos impostos pagos por todos os portugueses;
4.      Os decisores não cumpriram o dever de zelar pelo bem público, levando a cabo um projeto megalómano, insustentável do ponto de vista financeiro;
5.      Para se ter uma ideia do valor envolvido para solver esta dívida, cada um dos habitantes do concelho de Campo Maior, independentemente de condição ou idade, teria de dispor de uma verba de mais de 1000€. De qualquer modo, será isto que a situação gerada custará aos habitantes do município, implicando que isso acontecerá em prejuízo de outras necessidades provavelmente mais prementes e mais importantes para o seu futuro como comunidade.

De todo este processo se pode acrescentar que:

a)      Independentemente dos procedimentos que eventualmente venham a ser concretizados a nível judicial e administrativo, devem ser realçadas as  consequências políticas que resultam de uma gestão danosa dos dinheiros públicos;
b)      A irresponsabilidade dos autarcas implicados neste projeto não pode ser ignorada e deve ser amplamente denunciada junto da população; 
c)      Não se pode escamotear que processos como este que, infelizmente, tiveram lugar em todos o país, contribuíram fortemente para a situação de crise da dívida pública portuguesa;
d)      É de acentuar que as consequências destas irresponsabilidades, estão a afetar a vida dos portugueses, fazendo-se sentir a nível do desemprego, do aumento brutal dos impostos, da redução de salários dos funcionários públicos e das pensões dos reformados e pensionistas.